No dia 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID) fazendo com que esta não fosse mais considerada uma questão patológica. Por isso, 17 de maio ficou conhecido como o Dia Internacional da Luta Contra a LGBTfobia.

Essa data simboliza um marco histórico produto de luta de categorias em busca de respeito e direitos para uma maior conscientização frente à comunidade LGBTQ+. Dessa maneira, é preciso entender que ESSA DATA NÃO É UM CONVITE para se refletir e se posicionar diante das diversas discriminações e efeitos que a LGBTfobia implica na vida dos sujeitos. ELA É UMA CONVOCAÇÃO! Ela nos convoca para nos havermos com o preconceito, com as causas e consequências de uma sociedade que se estrutura para eliminar a diversidade.

E não nos esqueçamos que falar sobre Interseccionalidades frente às questões da comunidade LGBTQ+ também é de extrema importância. Que possamos ser cada vez mais justos com os recortes que precisam ser feitos dentro da própria comunidade LGBTQ+ para que haja possibilidade de atenção frente às especificidades das diferentes populações.

Que tenhamos sensibilidade para entender essas especificidades, e que elas não separem o grupo, mas o una com o entendimento de que existem não só sofrimentos causados de maneira geral à comunidade LGBTQ+, mas que também existem intrasofrimentos que surgem da própria comunidade para com ela mesma e sofrimentos externos muito específicos. Que tenhamos amparo da academia e das pesquisas para que possamos produzir conhecimento científico de qualidade e atender as demandas das populações. Que possamos produzir conhecimento que não seja apenas cisheterobrancocentrado e pautado em normatividades. 

A psicologia enquanto profissão regida por uma ética e pela necessidade de se haver de forma política diante dos seus fazeres deve reafirmar seu compromisso com o ser humano em suas diversidades sexuais e de gênero, tão plurais. Ressalto as resoluções do CFP nº 01/1999 e a nº 01/2018 como marcos importantes da categoria frente a conduta diante do público LGBTQ+ e ressalvo que precisamos ir cada vez mais além para oferecer acolhimento e assistência psicológica de qualidade em saúde mental para essa comunidade. Ainda há muito pelo que lutar e para ser diferente, para que assim possamos sustentar as diferenças. Mas também, celebremos as conquistas. Viva! Vivemos!